O líder dos patrões da indústria, que adora governos autoritários, anda contentíssimo com o Governo de José Sócrates. Na verdade, confessou à revista “Visão”:“ Se lhe quisermos pôr um defeito, diria que não é possível manter o ritmo acelerado que tem caracterizado a sua acção. Não temos fôlego, dinheiro, pessoas para isso.(…)Ele quis dar-nos uma espécie de chicotada psicológica, para acordarmos, pois há anos que estamos adormecidos.”
Enternecedor.
O senhor Van Zeller já conhecia Sócrates como “persistente e teimoso”, mas não sabia que ele iria aplicar essa teimosia à economia, aos interesses das empresas, de forma imediata. Foi uma boa surpresa para o líder da CIP, embora haja uma ténue nuvem a empalidecer tão radiosa perspectiva:
“Claro que cria anticorpos, porque parece esquecer a parte social”.
Mas não haverá problemas de maior, sossega os incautos: “O engenheiro Sócrates poderá arriscar muito mais, porque terá um parceiro que acenderá as luzes de aviso, em caso de excesso de velocidade”.
Que é o professor Cavaco, que terá “mais preocupações sociais” (quem diria: Cavaco mais preocupado socialmente que o “socialista” Sócrates). Garante Van Zeller que a Cavaco “caberá não deixar ficar para trás muitos sectores da sociedade” e, se ele o diz, podemos voltar descansados…à soneca.