Os fracos são incapazes de aceitar as críticas, por mais justificadas que sejam. Não admitem o diálogo. Tornam-se arrogantes. Autistas. No entanto, mantêm-se alerta. À espreita da mais pequena falha dos seus críticos. Para diminuir com as eventuais falhas dos outros a força dos seus argumentos.
Critica-se a organização de um campeonato, por exemplo. Os visados não aceitam as críticas. Ficam com azia. O crítico falha na sua actividade, por exemplo, num jogo. Então vem a reacção. Ele falhou no jogo, logo não nos pode criticar na organização do campeonato.
Está-se mesmo a ver que não é assim.
A crítica rebate-se com argumentos e com factos. Mais nada.
Vamos a um exemplo recente. E talvez mais interessante ainda.
Um determinado clube vem-se sentindo prejudicado com a nomeação de árbitros para os seus jogos: os árbitros são atletas mais velhos dos clubes adversários. Está-se mesmo a ver o filme dos jogos, pelo que não é necessário dizer nada acerca do modo como são dirigidos.
Então o clube, que tem dirigentes bem dispostos, escreve aos dirigentes da respectiva Associação, em tom irónico, incentivando-os a continuarem com essa prática de nomeação de árbitros/atletas dos clubes adversários, que acham ser a mais correcta para acabar com a modalidade.
É evidente que os dirigentes associativos ficam piores que baratas com o gozo. E, em vez de emendarem a mão, persistem no erro: nomeiam novamente um árbitro/atleta do clube adversário para dirigir um jogo.
E dá-se o inevitável. As asneiras são mais que muitas. Obviamente , em prejuízo da outra equipa. Os adeptos “passam-se”, seguindo-se uma lamentável agressão.
Então os dirigentes associativos “sentem” que é chegado o momento do ajuste de contas com os dirigentes do clube, e num comunicado perguntam: afinal quem é que quer acabar com a modalidade?
É evidente a sua má fé.
Sentem-se incomodados e incapazes de responder às críticas dos dirigentes do clube. Comem e calam. Agora que uns adeptos mais exaltados se comportam mal, tentam misturar alhos com bugalhos, e gritam aqui d’el rei que os dirigentes do clube não têm razão em criticá-los pela má organização dos campeonatos, porque os adeptos meteram o pé na poça ao atestarem a marmita ao árbitro.
Era para rir , se não fosse trágico. Ter de aturar tamanha desonestidade intelectual.